terça-feira, 16 de julho de 2013

Alfajor Uruguaio

          O alfajor tem origem árabe e sua adoção no Rio de la Plata se deu quando o imigrante francês August Chammás começou a elaborar essa iguaria por volta de 1869 numa pequena industria da família. Mas sua introdução provavelmente se deu através de missionários espanhóis, quando o utilizavam como ferramenta de aproximação e evangelização das comunidades.
          No Uruguay, onde são produzidos com receitas originais, tradicionais, centenárias, o consumo é diário, um hábito popular no café da manhã, nos lanches e em todas as horas...
          Através de industrias localizadas em diversos estados uruguaios, (Minas, Maldonado, etc.) o alfajor tem sido exportado para toda América Latina, Estados Unidos e a Comunidade Europeia, o que fez com que seu consumo tenha sido aproximado e muito conhecido no mundo todo.

Receita do Alfajor uruguaio (utilizando medidas caseiras, não muito profissionais, mas desta forma tem sido repassadas geração a geração)


INGREDIENTES
5 xícaras (chá)  farinha 00
5 colheres (sopa) açúcar confeiteiro
3 colheres (chá) fermento químico
casca de 1 limão siciliano ralado (apenas o cristal, sem a parte branca, amarga)
sal, uma pitada
300 gr. manteiga clarificada sem sal
4 gemas sem pele (prefira ovo caipira)
10 colheres (sopa) leite integral

PREPARO
Misture a farinha, o açúcar confeiteiro, o fermento, a casca de limão e o sal
Adicione a manteiga (neste ponto vira uma farofa)
Agregue as gemas e o leite

ATENÇÃO !!
Não amasse, é apenas para unir na ponta dos dedos

Coloque num saco plástico e deixe descansar na geladeira por 3 horas
Retire e estique no rolo em 4 mm (coloque dentro de filme plástico para não grudar)
Corte utilizando um cortador redondo de 6 cm. de diâmetro
Asse em forno pré-aquecido a 180 graus C por 7 minutos sem hidratação

RECHEIO
Muito generoso de doce de leite, ou ganache firme de chocolate, ou mousse de chocolate ou de maracujá ou de doce de leite ou Nutella caseira 

COBERTURA
Chocolate 55%, ou chocolate branco, sempre fininhos ou glacê

DICA
Nunca utilize maizena na massa, isso não é alfajor, são scones mais sequinhos e "farelentos" nada a ver com alfajores ...
Buen provecho !!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Cervejas diferentes, muito boas e com um toque de brasilidade ...

          Uma cerveja produzida artesanalmente na cidade de  Binche, próximo a Bruxelas, na Bélgica, segundo tradições numa receita exclusiva da escola belga.

          Diva é uma cerveja refermentada na garrafa (o que lhe confere a qualificação de muito rara), onde passa por uma longa maturação em respeito aos "prazos da natureza". 
          É do tipo "Ale" o que indica para a alta fermentação, e ainda por não ter sido submetida à filtragem, se apresenta turva, porem claríssima.
          Tradicional, dentro do estilo Wit Bier, ou cerveja branca, de trigo, possui na sua formulação sementes de coentro e cascas de laranja de varias castas.
          Com certeza estas características lhe conferem uma maciez muito especial, creme perfeito, duradouro, complexidade de sabores e aromas que logo aparecem, aquela que acompanha frutos do mar, pratos leves e saladas (uma delas com certeza a tradicionalíssima Ceasar Salad) em absoluta harmonia e cumplicidade.
          É fresca, cítrica e floral, "champanhosa" se for permitida uma comparação com outra bebida extremamente apreciada, é muito viva, presente, e sem dúvidas, gosta de aparecer. E aparece muito bem na sua elegância.
          Um prazer ter sido apresentado a uma bebida proveniente de uma historia ampla e rica de tradições e refinamento extremo. 
          Ainda teve a graciosa companhia da sua quase irmã, a Gottlich Divina! com guaraná da Amazônia, unica !!!!, numa receita artesanal exclusiva do premiado mestre cervejeiro Leonardo Botto.

          Esta já tinha apreciado em outro workshop e mais uma vez, surpreendido na sua versatilidade ... Sem qualquer colocação que denote titubeios, uma cerveja que veio para demarcar seu espaço atraves de sabores muito especiais agregados a complexidade de aromas perfeitos em contraponto a uma descoberta surpreendente ao paladar
Chin chin !!! prazer em compartilhar ...

Sorvete de Doce de Leite

Olá meus amigos
          Hoje vou postar uma nova receita de sorvete de doce de leite que andei testando nestes dias, e de verdade, ficou muito bom. Então, vou dividir com vcs. a alegria de conseguir um bom sorvete, de boa textura e sabor ideal.



INGREDIENTES
1 lt. leite integral
100 gr. açucar cristal
100 gr. açúcar demerara
1,600 kg. doce de leite Conaprole (pode utilizar outro com teores de gordura e açúcares similares)
1,600 kg. creme de leite fresco (acima de 42% de gordura)
6 gotas essência de baunilha (ou conforme seu paladar aconselhar)
(Na essência que eu faço, utilizo 5 favas em 200 ml. de vodka Ciroc, Absolut, Smirnoff Black e deixo por 1 ano em local sem trepidações, coberta de incidência de luz e em temperatura constante de até 18 graus C)
PREPARO
Colocar em fogo baixo (mexendo sempre até levantar fervura) o leite, os açúcares e o doce de leite.
Retirar e deixar esfriar.
Bater o creme de leite em consistência de cumes leves (cuidado para não manteigar) e misturar à outra preparação (já fria) aos poucos. Adicionar a essência de baunilha e levar ao freezer ate adquirir a consistência desejada, acredito que em -9 graus C deva levar umas 5 horas, tudo depende do tipo de leite e creme de leite utilizados (influenciam os teores de gorduras e a própria consistência e pureza do leite)
Dica: Uma coisa que eu faço, e que por sinal fica muito bom, é colocar pequenos pedaços de nozes, ou amande-doce e chocolate 55%
Bon appetit !!!!!!!!!!!!

Vinhos de Portugal e Harmonizações - Tivoli Hotel SP

          De uma inacreditável gama de vinhos apresentados por importadores e produtores no evento Vinhos de Portugal, degustei os que acredito sejam os maiores expoentes da Região do Douro, Tejo e Alentejo. Neste primeiro artigo a respeito, foram selecionados os que mais me atraíram e chamaram a atenção por suas características mais classicas, tipicas e divinas ao paladar e todas as sensações que eles são capazes de despertar em um apreciador

Quinta da Pedra Alta Reserva Pessoal 2008
          É um Douro DOC assinado pelo produtor, Sr. Jorge Pinto Leal, composto por uvas típicas (Touriga Nacional 50%, Touriga Franca 30%, Tinta Roriz 10% e Tinta Barroca 10%) tradicionais do Douro em região demarcada, que se apresentou com os aromas do Douro, madeirado, envolvente, persistente, com equilíbrio nos taninos, acidez e alcoólico no ponto certo.
         Com um final de boca onde aparecem de forma sutil as frutas vermelhas e negras, com amoras em destaque, especiarias e baixíssima mineralidade. Corpo médio, muito elegante e complexo.
         Acredito que seja perfeito no acompanhamento de carnes de caça, tais como javali selvagem ao molho de pimenta biquinho e mel com manjericão, ou massas de grano duro ao ragu de costela com tomate seco e nozes.
         Mas, se for do seu agrado, uma costelinha de porco na brasa de lenha ao barbecue com pimentões vermelhos ...
Importado por www.twwines.com.br - TW Wines - Ailson Loiola

Roquevale Convento da Serra 2011
          Vinho branco alentejano, DOC tradicional e redondo, fresco, cítrico, demonstrando sua juventude, se mantem na boca com boa acidez e persistência. É um vinho para começo de conversa, recepcionar num brunch seus mais apreciados amigos e aparecer com bom gosto.
          Sem duvidas, acompanhamento ideal para lulas recheadas de finas fatias de salmão e damascos, na brasa, da mesma forma que os lagostins grelhados com limão siciliano em fatias, azeite e sálvia fresca.
Importado por Adega Alentejana - Manuel Chicau - comercial @adegaalentejana.com

Casa do Cônego Edição 1982
          De produção limitada pelas características apresentadas nesse ano, resultou num vinho licoroso muito aromático e limpo ao nariz, sedoso e leve na boca, muito agradável num ponto ideal de doçura. Aparecem damascos e laranjas confitadas na boca ...
          Facilmente harmonizável com um bolo com massa à la baunilha, recheado de damascos secos e morangos maturados por 48 horas em Cabernet Sauvignon 2005 ou 2009 latino-americano, em cobertura de ganache de chocolate 55% e amande-douce
Importado por Brazil Ways - Curitiba - 3022.0740

Thasos, Moscatel de Setúbal 2008
           Um DOC generoso elaborado com a casta Moscatel de Alexandria, muito possivelmente trazida nas incursões de conquista pelos fenícios e romanos, que adotou a denominação da região onde se difundiu. Os romanos a chamavam de Uva Apiária, uma vez que sua doçura e aroma atraiam as abelhas.
          De tonalidade alaranjada brilhante, aromas intensos de laranja Bahia, frutos secos, mel e baunilha. No final encontrei damascos frescos também, absolutamente atraente. Muito persistente, macio, frutado ao extremo e de frescura impar.
          Vai muito bem como aperitivo, na companhia de queijos muito leves no sabor e textura, frutas dos trópicos, pudim de leite condensado em calda de morangos e groselhas, da mesma forma que casa bem com um quindim bem geladinho regado com a compota caseira de laranjas ...
Importado por www.domno.com.br - nelsir@domno.com.br 

Quinta da Badula Colheita Selecionada 2011
          Vinho tinto do Tejo, produzido com as castas Touriga Nacional, Castelão e Alicante Bouschet, cultivadas no solo arenoso da região, portanto pobre, então com pouca produção, e absoluta riqueza de sabores. Se apresenta com notas tostadas de madeira, chocolate na primeira apreciação, bacon defumado, amoras do cerrado e cerejas frescas da Califórnia numa integração inacreditável de sabores.
          Com um corpo médio, textura de veludo à boca, frescor que transparece nos taninos leves se equilibrando na acidez e médio teor alcoólico.
          Um vinho a ser apreciado com uma picanha mal passada ou um carre de cordeiro na brasa, ambos com chimichurri de garrafa e zestes de limão Taiti em calda de caju.
         Outra parceria magnifica ??? Pizza de javali com tomate seco, funghi porccini e manjericão em massa grossa de 5 minutos no forno a lenha, quando acrescenta aquela defumação da queima ...
Sem Importador - quintadabadula@gmail.com - Elia Marques Vitorino

terça-feira, 9 de julho de 2013

Casa Flora & Porto a Porto - Vinhos e Harmonizações


          A convite da Casa Flora e da Porto a Porto, tive a satisfação de degustar mais de 70 vinhos provenientes de 12 países, incluindo o Novo Mundo e as tradicionais regiões produtoras, onde compareceram espumantes, brancos, tintos e os clássicos fortificados. Fomos apresentados a uma bela diversidade de blends, apresentações, aromas e sabores em cores inebriantes.
          As duas casas com um amplo leque de opções num portfólio de alta qualidade, propiciaram a degustação de grandes marcas, melhores produtos, num ambiente perfeito, o Hotel Unique (SP), onde a organização de Cristina Neves foi de uma excelência unica, ao nos presentear com uma sala de imprensa-degustação, o que facilitou nossas percepções, avaliação, contato com produtores e outros itens essenciais.
          Neste artigo vou apresentar os mais significativos, os que mais me impressionaram. Impossível mencionar todos que degustei e classifiquei por uma questão de critério de avaliação pratica. Muitos vinhos, Muita qualidade. Muita variedade. Todos os vinhos apresentados são resultado de uma seleção muito rigorosa entre os mais de 1.000 rótulos que compõem os portfólios das importadoras.

Cadus Brut Nature da Nieto Senetiner, fruto de inacreditável evolução e técnicas de manejo, desde o plantio ao blend, Pinot Noir e Malbec (mais um segredinho de adição de um destilado de uma das uvas base) que concedeu uma cor de salmón chileno, brilhante, apresentando-se cheio na boca, de frescor e sensações plenas, para ser facilmente harmonizado com frutos do mar grelhados ao rosmarino.
Gramona, Cava Brut Gran Reserva 2001 Celler Batlle, originaria do coração de Penedes, combinação da essência do Mediterrâneo e da cordilheira de Montserrat, que impressionou pelo seu frescor, complexidade e luminosidade, lembrei da Pavlova no instante de levar ao nariz, exala aquele aroma do suspiro assando em fogo baixo. Inacreditável corte da Xarel-lo com Macabeo, com 8 anos de garrafa. Pela personalidade apresentada, uma Cava para casar muito bem com uma cauda de lagosta grelhada com pimenta biquinho e calda de romã, e com uma sobremesa de amande-douce em calda de maracujá vermelho francês.
Champagne Deutz Rosé Brut 2006. Aromas de compota de pêssego e manga madura, finais de tabaco fino, macio e aveludado na boca, final extremamente longo, num perlage intenso, pétalas de rosa se equilibram ao paladar, poderoso e elegante.  Instigante, charmoso, fresco, perfumado, veludo dourado, brilhante. Inquestionável, imperdível, inacreditável ...
Perfeito com lagostins ao balsâmico di Modena, em zestes de casca de limão siciliano, forneado 6 minutos em cama de amoras e groselhas frescas ...
Um Lambrusco di Sorbara DOC Vecchia Modena Premium se apresentou maravilhoso ao nariz nas suas frutas vermelhas, num veludo rosé, elegância na hora que preenche a boca, equilíbrio em seus taninos e acidez, persistente e fugaz ao mesmo tempo, para fazer bela parceria com um folhado de figos e prosciutto speck, sobremesa para as carnes de caça grelhadas ou de ravioli de espinafre com nozes ao molho de ragu de lombo de porco, todos apreciados na companhia deste Vecchia Modena.
Nossa !!!! Um branco português da Filipa Pato, Nossa 2011, frutado e levemente herbáceo, fresco, tem um quê de avelãs assim que saem do forno, envolvente e de uma elegância impar na boca, complexo e de bom corpo, equilíbrio aromático, para harmonizar com um peixe de couro, perfeito para um pintado na brasa com geleia de amoras, mirtilos e limão siciliano, onde ressaltam aromas que clamam por um paladar supremo.
Greywacke Wild Sauvignon 2009 da Nova Zelândia surpreendeu pelo seu frescor, equilíbrio aromático, ricamente perfumado com predominância para uma parceria de pêssego e pera japonesa, com leve toque de amêndoas caramelizadas, que atinge o paladar num mix com coalhada com creme catalã na baunilha. Fantástico !!!
Bertani apresentou-se com um Amarone della Valpolicella Clássico 2003 DOC grená brilhante, elegante, frutas passas intensas e especiarias na boca, frutas vermelhas, notas de baunilha, quase licoroso, longo ao paladar, equilíbrio na acidez e notas tânicas, fruto do blend de Rondinella e Corvina Veronese, afinado durante 6 anos em barrica e mais 1 ano na garrafa. 
Tenuta Alzatura com o Sagrantino di Montefalco Uno 2005 DOCG, produzido com este varietal cultivado unicamente nas colinas de Montefalco, aos pés dos Apeninos, com temperaturas (frio ou calor) bem diferenciadas e brisas frescas à noite. Extremamente elegante, de presença indiscutível, tânico, profundo e esplendoroso, para ser apreciado em conjunto a carnes vermelhas grelhadas alla salsa di melograno
A Bodega Montes Toscanini do Uruguai nos brindou com um clássico Gran Tannat Premium Harvest 2008, não filtrado, encorpado, elegante e potente, um verdadeiro puro sangue num rubi perfeito, com taninos estruturados e final intenso, muito envolvente em notas de frutas vermelhas, café, baunilha e chocolate, e que pede sem duvidas um cordeiro grelhado aos aromas de alecrim e chimichurri, carnes vermelhas mal passadas na grelha, massas italianas recheadas consistentes ou carnes de caça.
Austrália e seu famoso St. Hugo da Jacob´s Creek, um Cabernet Sauvignon 2008 Coonawarra, garrafas numeradas que denotam produção controlada, de cor rubi profundo para um vinho potente e perfumado, aromático ao extremo, blackberries e chocolate com pimentas tostadas, boca cheia dos sabores característicos de um terroir cultuado e reverenciado, para harmonizar com carnes de caça, javali do mato ou file de avestruz ao endro
Da Itália um clássico, Barolo Nei Cannubi 2006 DOCG, da Podere Luigi Einaudi. Uvas Nebbiolo concedem intensidade, elegância e taninos na medida certa. É encorpado e instigante, características de um terror único, Comune di Barolo, Cannubi, apresenta exuberantes frutas e especiarias, aveludado na boca e de final longo, para harmonizar com carnes vermelhas na pimenta biquinho, assado na brasa de lenha. Um vinho pronto para ser consumido ...


Apenas umas dicas de bons vinhos, boas harmonizações e prazer em degustar com vocês ...
Tin tin !!!1