segunda-feira, 3 de agosto de 2015

TIPOS DE ARROZ

ARROZES
foto reprodução

          Pois é, hoje resolvemos fazer uma matéria sobre esse grão tão querido e imprescindível para os brasileiros e para muitas outras culturas também. As culturas orientais sabem o que fazem.
Estudos apontam que o arroz mais antigo é o indiano e não o chinês. Depois começou a ser cultivado na China, Japão, Indonésia... E milênios depois chegou na Europa.
Vamos direto a alguns tipos mais conhecidos de arroz, existem mais de 2 mil variedades...
foto reprodução 

* Arroz por tamanho

Atendendo ao tamanho do grão, o arroz pode dividir-se em diversos tipos: grão longo, médio e curto ou redondo.
** Grão longo
Superior a 6 mm, ligeiro, muito seco, e permanece solto depois de frio, pelo que é costume empregá-lo como ingrediente para saladas. Encontram-se neste grupo os aromáticos Basmati da Índia e do Paquistão e o arroz tailandês, com o seu característico aroma de jasmim, o Ferranini da Itália e o Bond americano, entre outros.
** Grão médio 
Mede entre 5 e 6 milímetros e apresenta-se mais curto e arredondado que o arroz de grão longo. O seu sabor é mais suave e tem uma textura mais macia.
** Grão curto ou redondo 
Recebe este nome porque é quase tão comprido quanto largo, aproximadamente 4-5 milímetros de comprimento e 2,5 milímetros de espessura.
Dentre os arrozes de grão curto, cabe destacar o italiano Arbóreo, os espanhóis Júcar, Baía ou o arroz Bomba. Uma característica do arroz de grão curto é uma alta percentagem de amido que faz com que os grãos fiquem colados após a cozedura. Emprega-se frequentemente para preparar risotos.
foto reprodução

* Tipos de Arroz

** Basmati – É proveniente da Índia, mais precisamente dos pés do Himalaia. Seus grãos são pequenos mas bem longos e tem um aroma todo especial. Alguns livros se referem à um aroma de nozes. Tem como característica principal reter a umidade sem que fiquem grudados. A tradução literal de seu nome significa "rainhas das fragrâncias" - realmente um nome que condiz com o ingrediente.

** Arroz Tailandês - Também conhecido como Jasmim, apresenta aroma e textura macia. Tem grãos alongados, levemente translúcidos. É a variedade de arroz preferida por gourmets de todo o mundo, tanto pelo aroma natural que se desprende desde o cozimento quanto pelo sabor delicado, levemente amanteigado.

** Arroz Selvagem - Rico em nutrientes, pouco calórico e geralmente utilizado em misturas com o Arroz Branco. É um grão raro, produzido por uma planta aquática. Sua textura crocante e seus grãos escuros atraem tanto pelo sabor único, com leve acento de avelãs, quanto pelo aroma marcante, que lembra ervas torradas. Conhecido como o "caviar dos grãos", apresenta uma parte externa firme e escura, enquanto o interior é claro e macio, formando um contraste atraente de cor e textura. Tem sabor amendoado e vai bem em saladas ou com arroz basmati.

** Arroz Japonês - Conhecido também como Cateto, tem grande quantidade de amido e deve ficar de molho durante 1 hora antes de ser cozido, o ponto ideal para o cozimento de sushis.

** Arroz Branco Agulha ou “agulhinha” - É o arroz branco polido, o mais comum na culinária brasileira. O tipo 1 vem com mais grãos inteiros, e o tipo 2 é o mais barato, que não tem padrão. Sua característica principal é ficar soltinho e seco.

** Arroz Integral - Rico em fibras, vitaminas e sais minerais pode ser encontrado em grãos longos ou curtos. É o arroz mais nutritivo dentre todos pois conserva o germe e a parte externa do grão, sendo por esta razão muito rico em nutrientes como proteínas, sais minerais, fósforo, ferro e cálcio e vitaminas do complexo B. 

** Arroz Parboilizado - Passa por tratamento em água fervente, quando os nutrientes são transferidos para a parte interna dos grãos. Por isso, também é um arroz rico em nutrientes, é “naturalmente” nutritivo, pois nenhum composto químico é adicionado durante o processo. Seu sabor característico e seu tom amarelado são decorrentes da mudança da estrutura do amido e fixação dos nutrientes, o que indica que esse tipo de arroz tem preservadas suas propriedades nutritivas naturais.

** Arroz Arbóreo – Arroz italiano de grãos arredondados e curtos. Tem o cozimento mais rápido que os outros italianos. Durante o cozimento os seus grãos liberam mais amido e, ao invés de ficar soltinho, ele fica ligado, cremoso. É essa vocação para a cremosidade que faz dele o arroz ideal para se fazer risotos. Não é um arroz para o dia a dia, devendo ser utilizado para pratos específicos que combinem com suas propriedades.

** Arroz Carnaroli – Também italiano e diz-se que por lá é considerado o melhor dentre todos os usados para risotos. Mais consistente que o Arbóreo, deixa o risoto mais al dente. Seus grãos são um pouco mais compridos que os outros tipos italianos.

** Arroz Vermelho - Nos tempos da Colônia, o arroz-vermelho era o arroz mais consumido no Brasil. A partir do século 18, com a chegada do arroz branco, seu cultivo foi proibido pela Coroa portuguesa. Mas ... Resistiu confinado em três vales do sertão nordestino
foto reprodução

          Por dois séculos, não se soube de outro arroz nas mesas brasileiras. Foi a primeira variedade cultivada por aqui: inicialmente na Bahia, ainda no século 16, depois no Maranhão, introduzido pelos açorianos por volta de 1620. Ali, nas várzeas ao sul de São Luís, o arroz-vermelho encontrou abrigo e prosperou a ponto de fazer do Nordeste o maior produtor desse cereal no império português. Arroz-de-veneza, o chamavam – certamente uma alusão à origem remota daqueles grãos que tão bem haviam se adequado a nosso solo.
         Assim foi até o século 18, quando os portugueses importaram do sul dos Estados Unidos as sementes do então chamado arroz-da-carolina; melhor, mais produtivo, mais branco e mais rentável. O plano da Coroa era substituir por completo as lavouras do arroz-de-veneza pelo novo grão. Para isso, baixou um decreto em 1772, em que proibia o cultivo de qualquer outra variedade que não o arroz branco. 
          As penas pela reincidência eram severas: um ano de cadeia e cem mil-réis de multa para os homens livres e, para os escravos, “dois anos de calceta com surras interpoladas nesse espaço de tempo”. Por “calceta”, entenda uma argola de ferro presa ao tornozelo.
          A proibição durou 120 anos, tempo mais que suficiente para que o arroz-vermelho fosse quase levado à extinção e condenado ao esquecimento. Se não sumiu, foi porque virou prato de resistência e subsistência em certos grotões do Nordeste, onde se escondeu para fugir da vigilância da Coroa. Está lá até hoje, sob o nome de arroz-da-terra, refugiado em três vales contínuos do sertão nordestino: Piancó e Rio do Peixe, na Paraíba, e Apodi, no Rio Grande do Norte. E, mesmo ali, também periga desaparecer. Hoje a área produtiva é três vezes menor que cinco décadas atrás.

         Ainda assim, podemos considerá-la a maior extensão de arroz-vermelho cultivado no mundo. E, ao mesmo tempo, uma espécie de fóssil vivo da alimentação humana, pois se trata da primeira variedade domesticada desse cereal. Só depois é que surgiu o branco, como uma mutação desse grão original. “O primeiro arroz do mundo era vermelho”, assegura José Almeida Pereira, pesquisador da Embrapa Meio-Norte e coordenador da Fortaleza do Arroz Vermelho, projeto de desenvolvimento local criado pela Fundação Slow Food.

         É uma lavoura rara, portanto, pois são poucos os lugares onde ainda se dá valor alimentar a esses grãos. O mais comum é encontrá-los em seu estado selvagem, crescendo como invasores nos arrozais comerciais e alimentando o ódio dos arrozeiros. Tem até campanha no Brasil empenhada em varrer o arroz-vermelho do mapa. Tamanho é o estigma que a variedade só deixou de ser considerada oficialmente uma erva daninha em 2009, quando o Ministério da Agricultura revisou a classificação oficial.
         O fato é que, historicamente, houve pouco ou nenhum interesse pelo arroz-vermelho com fins comerciais. Se sobreviveu no sertão, foi mais como uma cultura de subsistência, uma das poucas viáveis numa região isolada e miserável, que só conheceu o arroz branco em meados dos anos 1940. Por falta de opção, virou ingrediente essencial da dieta sertaneja, sobretudo na Paraíba. Ali, e em algumas comunidades rurais do Rio Grande do Norte também, o costume é cozinhá-lo com leite e servi-lo com feijão-de-corda – combinação, no mínimo, excêntrica para os paladares destreinados.
         Mais curioso ainda é o hábito local de polir o arroz-vermelho, retirando justo aquilo que lhe dá cor e sabor, que é a película que reveste cada grão, conhecida como pericarpo. Antigamente, o povo se dava ao trabalho de passar horas socando o arroz no pilão, com a intenção de deixá-lo o mais branco possível. Hoje, o serviço é feito em pequenos armazéns de beneficiamento, onde uma máquina chamada “descopadeira”, se encarrega de descascar e polir os grãos por meio de um sistema de correias.
         Apesar de rústica, a descopadeira tem papel crucial na manutenção de uma cadeia produtiva sustentável. Ela gera três subprodutos, e nenhum é desperdiçado. A casca vai para os aviários, onde se torna a serragem que forra o chão dos galpões. Os grãos quebrados, conhecidos como “xerém”, viram ração animal, que é também o mesmo destino do pericarpo. Essa película vermelha, quando retirada, transforma-se num pó altamente nutritivo chamado de “vitamina”. “É lá que está o ferro e o zinco. E vai quase tudo para o porco”, diz Francisco Batista, agrônomo de Piancó (PB) especializado no cultivo do arroz-vermelho.
          Existe também a questão do sabor, que pode ser uma virtude para um chef de cozinha, mas que no sertão chega a ser motivo de rejeição. “O povo tem preconceito. Não gosta do vermelho. Dizem que a vitamina amarga muito o arroz”, afirma Sueli Lira, moradora da zona rural de Apodi e entusiasta declarada do cereal. O gosto é intenso, de fato, mas nada que um bom garfo não possa se acostumar ou um bom cozinheiro não possa adaptar. Sueli mesmo diz que já aprendeu várias receitas, com vitamina e tudo: “Dá pra fazer escondidinho, risoto, doce de coco...”.

         Sem a vitamina, o que fica é um arroz menos vermelho, menos nutritivo e menos saboroso. E, de certa forma, mais parecido com o branco. “A influência do arroz comercial é tão grande que as famílias estão polindo o vermelho porque acham o branco mais bonito”, diz José Almeida, da Embrapa. De fato, a chegada do arroz comercial nas últimas décadas trouxe benefícios que as gerações antigas desconheciam, como a maior produtividade, a agilidade no cozimento e, para certos paladares, o sabor mais suave. Sem contar a incomparável vantagem de se comprar um pacote no supermercado com os grãos já descascados e polidos, prontos para o consumo.

          Num próximo artigo, vamos entrar em detalhes a respeito de outros tipos e variedades de arroz, só para não ficar um post muito pesado e cansativo

Nenhum comentário:

Postar um comentário